Los Angeles, 2010
O trabalho de Thais Beltrame se distingue por sua confiança silenciosa, profundidade emocional e habilidade de evocar um imaginário rico sem contar com nenhuma aplicação pesada de materiais, uso evidente de cor ou produção do trabalho em grande escala.
Em sua aplicação esparsa de nanquim e aquarela, Thais constrói um mundo multi-dimensional, de inocência da infância intercalado com temas de ansiedade adulta e memória. A ênfase em uma paleta de cores restrita, porém pensada, e a força do espaço negativo permitem que uma poesia única e minimalista flua de suas delicadas pinceladas, provocando contemplação sobre uma gama de emoções e experiências humanas. Dentro da estrutura de narrativa de cada trabalho, um vasto repertório de temas como amor, beleza, raiva e solitude são sutilmente introduzidos e elaborados, dando peso à aparência exterior de simplicidade. Atrelado às pequenas meninas, meninos e animais que preenchem sua paisagem artística, estas âncoras emocionais salientam a densa capacidade de Thais para contar histórias e conectar os personagens e a vida que eles carregam de um trabalho para o outro.
Acima de tudo, a composição estilizada de Thais é definida por qualidades oníricas que existem em seu trabalho. Evocando em seu repertório um espírito coletivo do passado que é filtrado através de devaneios altamente pessoais e símbolos peculiares, ela constrói uma visão expansiva da vida humana, suas paixões e neuroses. Seus laços próximos com o seu eu passado tanto quanto o presente aumentam a extensão do público do seu trabalho – o sujeito e personagem de seus trabalhos dialogam diretamente com crianças e adultos. Quanto ao adulto, observar seus trabalhos é adentrar em suas próprias memórias de infância e desenvolvimento da adolescência, com a confortante sensação de que a dor e o prazer da descoberta são tão naturais quanto universais.
The artwork of Thais Beltrame is distinguished by her quiet confidence, emotional depth and ability to evoke rich imagery without reliance upon heavy application of media, overt use of color or the production of work on a grand scale.
In her sparse application of ink and watercolor, Thais constructs a multi-dimensional world of childhood innocence interspersed with threads of adult anxieties and longing. Her emphasis upon a thoughtfully restrained color palette and the power of negative space allows for a unique minimalist poetry to flow from her delicate brushstrokes, provoking contemplation upon a multitude of human emotions and experiences. Within the narrative structure of each artwork, a sweeping range of themes such as love, beauty, anger and solitude are subtly introduced and elaborated upon, giving weight to the outward appearance of simplicity. Pinned to the small girls, boys and animals that fill her artistic landscape, these emotional anchors highlight Thais’ capacity for full-bodied storytelling and connect the characters and the life they take on from one painting to the next.
Above all, Thais’ stylistic composition is defined by the dream-like qualities that exist in her work. Invoking in her oeuvre a collective spirit of the past that is filtered through highly personal reveries and idiosyncratic symbols, she constructs an expansive view of human life, its passions and neuroses. Her close ties to both her past and present selves broaden the scope and audience of her work – the subject matter and characters in her pieces speak equally to both children and adults. As the latter, to gaze at her pieces is to step into one’s own memories of youth and adolescent development, with the comforting sensation that the pain and joy of discovery is both natural and universal.