Pequenos contos retratando personagens urbanos que buscam se encontrar em meio à desordem definitiva da cidade que habitam.
As grossas camadas da superfície são pouco a pouco removidas ao longo das narrativas, expondo a densidade desses seres de geografia enfermiça, que, a despeito de toda a fragmentação a que foram submetidos, ainda têm a comunicar a porção fundamental de seus existires.
Os contos reunidos não pretendem dar conta dessas inquietudes. As pequenas histórias são sequências interrompidas. Fragmentos de uma angústia permanente que se harmoniza com a velocidade em fast forward que torna a vida improvável.
Se todos são matéria que passa a cada instante, o tiquetaquear mais veloz do momento em que as histórias transcorrem só acelera ainda mais a pulsão de vida e a pulsão de morte a que as personagens estão sujeitas. Esse tique-taque é a força motriz do livro.
Editora Patuá, 2014
thais beltrame 