“O que primeiro chama nossa atenção nos desenhos de Thais Beltrame são as crianças. Junto delas, as árvores, os animais, uma casa. E a primeira impressão é de um mundo de delicadeza em que poderemos passear e esquecer dos medos, das obrigações, dos vícios. Como se alguém nos convidasse a comer um doce, paramos para descansar.
O estranho deserto em que somos adultos ainda não começou. Tudo parece travessia e, ao mesmo tempo, a sensação é de um recuo possível. Um mundo perdido de um tempo atrás está a salvo, resguardado.
Então olhamos um pouco mais. A infância, verdade absoluta de quem permanece sobre a terra, arrebenta como o segredo da semente na umidade calorosa que promete o que há de vir. Não há garantias. Os segundos, antes calados na experiência amorfa da vida diária, devoram nossos olhos vagarosamente. A delicadeza de antes é véu de seda para quem ainda não percebeu o pesado veludo que reveste a existência.
O tempo, miasma sutilíssimo, pede-nos que entremos na madrugada. É noite na experiência vivida em que nunca fomos senão a impressão de um encantamento. A atenção, essa virtude infantil que perdemos um dia, está prestes a ser recuperada.
Com um olho só, tendo o outro na mão a ser guardado no bolso, vigiamos o pensamento. Talvez não sejam crianças e não atravessem um mundo inóspito. Talvez não estejam sós, como nós possivelmente não estamos. Então, por que a vida é o cenário onde se traça um mistério, o brilho claro sob as árvores, e antes delas, ilumina o escuro desde há muito carregado dentro de cada um de nós. Um outro, miúdo, quase escondido, pede quietude, abre-nos uma porta. E, conquistada a paragem silenciosa do instante, sugere passagem.
O que por fim chama a atenção reencontrada entre as sombras da floresta, como uma pétala no meio do caminho, um pássaro que voa para trás, é a pequena porta que ficou no tempo de antes, cuja chave perdemos.
Thais Beltrame é a guardiã que detém a chave sem a qual somos caule seco de uma árvore morta, uma folha em vão, ossos descarnados do animal em pé. Eterna viagem sem rumo.
A chave tem o nome de beleza. Está acessível a quem, com as lentes cinzentas que – escondendo – mostram o dia, descobre que o mundo é um desenho invadindo o instante finito a que chamamos vida.
Podemos, assim, atentos como nunca, e em direção ao nunca, recomeçar.”
Márcia Tiburi
Exposições Individuais
2018
quase noite | Oficina Cultural Oswald de Andrade | São Paulo, Brasil
2016
primeiro as florestas, | Galeria Movimento Arte Contemporânea | Rio de Janeiro, Brasil
2013
onde não estou | Galeria Movimento Arte Contemporânea | Rio de Janeiro, Brasil
2012
finding home | Valentine Debadereau Gallery | Saint-Barthèlemy, French West Indies
a vida feliz | Espaço Revista CULT | São Paulo, Brasil
2011
Gravity | Art Association of Jackson Hole | Jackson Hole, WY, EUA
2009
when all the stars are gone | Carmichael Gallery of Contemporary Art | Los Angeles, EUA
Exposições Coletivas selecionadas e Feiras de Arte Internacionais
2016
Somos Todos Clarice | Galeria do Lago – Museu da República | Rio de Janeiro, Brasil
ArtRio | Rio de Janeiro, Brasil
New Territories: Laboratories for Design, Crafts and Art in Latin America | Museo Amparo | Puebla, Mexico
New Territories: Laboratories for Design, Crafts and Art in Latin America | Albuquerque Museum | Albuquerque, NM, EUA
2015
un dessin est beau si la ligne est vivante | Le Pilori | Niort, França
sp-arte | São Paulo, Brasil
2014
New Territories: Laboratories for Design, Crafts and Art in Latin America | Museum of Art and Design | New York City
Affordable Art Fair | London, Reino Unido
sp-arte | São Paulo, Brasil
2013
Brazil Art Fair | Galeria Movimento Arte Contemporânea | Miami, EUA
No Limite da Linha | dconcept escritório de arte | São Paulo, Brasil
Prix Canson 2013 | Petit Palais | Paris, França
sp-arte | São Paulo, Brasil
2012
sp-arte | São Paulo, Brasil
2011
cadaVer: Projeto Parede | Museu de Arte Moderna | São Paulo, Brasil
Aberto para Re-Forma | Casa Contemporânea | São Paulo, Brasil
2010
20 e Poucos Anos | Galeria Baró | São Paulo, Brasil
Sem Título & Sem Rótulo | Galeria Murilo Castro | Nova Lima, M.G., Brasil
Incompletudes | Galeria Virgílio | São Paulo, Brasil
Ainda Desenho | Galeria Deco | São Paulo, Brasil
Buffalo Gals | Espaço+ SOMA | São Paulo, Brasil
2009
Coletiva Inaugural | Galeria nuVEM | São Paulo, Brasil
Leilão Bolsa de Arte | Galeria Bergamin | São Paulo, Brasil
Beyond Eden Art Fair | Carmichael Gallery of Contemporary Art | Los Angeles, EUA
Four of a Kind | Espaço +SOMA | São Paulo, Brasil
2008
GenArt Vanguard Art Fair | Carmichael Gallery of Contemporary Art | Miami, EUA
II° Circuito de Palestras: Olhar crítico sobre a arte – Intervenções Urbanas | Galeria Potrich | Goiânia, Brasil
Every Now and Then | Carmichael Gallery of Contemporary Art | Los Angeles, EUA
thais + san + john simpson | ocontemporary gallery | Brighton, Reino Unido
London Art Fair | ocontemporary gallery | Londres, Reino Unido
2007
Made in China |Galeria Plastik | São Paulo, Brasil
2006
Ways of looking at: Places and Landscapes | Centro Fundación Telefónica | Lima, Peru
Residências Artísticas
2015
Crosshatch Hill House Artist Residency Program | Bellaire, MI, EUA
2012
Residência Artística e Projeto Colaborativo Finding Home | Valentine Debadereau Gallery | Saint-Barthèlemy, French West Indies
2011
Art Association of Jackson Hole | Jackson Hole, WY, EUA
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Formação Acadêmica
Columbia College Chicago – Bacharelado em Artes Plásticas validado pela UNESP (turma de 2001)
City College of San Francisco – Estudos Gerais (1996 a 1998)
Aula online
Introdução às técnicas da fotografia
28 de maio de 2021
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Alyssa Jackson
Fotógrafa no GTX
Sou uma fotógrafa de luz natural especializada em fotos que não envolvem modelos. Meu objetivo é tornar meu trabalho exclusivamente belo sem precisar de muito. Minha paixão é explorar minha criatividade enquanto registro momentos significantes da vida de meus clientes.
Eu moro em Nova York e, atualmente, trabalho no Estúdio GTX. Também tiro muitos retratos e faço trabalhos para agências.
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